Para os invejosos, Lula é abominável. Fazer o quê? A ignorância também é… Mas pior e racionar com os interesses dos outros. Conheço muito letrado que não consegue acolher duas frases sem causar alguma confusão mental. Os que odeiam Lula, por ignorância ou por algum sentimento de pertencimento de grupos, são os sujeitos típicos que costumam gozar com o pau dos outros. São os mesmos que, não admitem, votaram em Collor, em Britto, em Yeda…
Analfabeto é quem não tem o que dizer
No jornal Correio do Povo do dia 25 de abril, o jornalista e escritor Juremir Machado da Silva, arrebenta com os preconceituosos que não engoliram o fato de Lula ter se tornado colunista do jornal mais influente do mundo, o The New Yor Times. Para Juremir "Saber escrever é muito mais do que dominar regras gramaticais. Saber escrever é ter o que dizer e ter um jeito próprio de fazer isso…”. Lula sabe. Leia, abaixo, a íntegra do texto de Juremir:
O grande vencedor
Juremir Machado da Silva, Correio do Povo
Minha admiração por vencedores não tem tamanho. Em todas as áreas. Admiro principalmente os que vencem pelas próprias forças contra tudo e todos. Minha admiração por Dunga é incomensurável. Por Felipão também. Já critiquei o atual treinador da Seleção, mas sem perder a admiração. Dunga e Felipão parecem sempre mal-humorados. No caso deles, é qualidade. Vem da sinceridade à flor da pele. Admirei um vencedor até as últimas consequências: o escritor argentino Jorge Luís Borges, que ficou cego. Admiro o mulato Machado de Assis, que se tornou nosso maior escritor. Enfim, admiro os que arrombam a festa. Admiro Roberto Carlos, Caetano Veloso e Chico Buarque.
Aprendi a admirar o maior vencedor do Brasil contemporâneo: Lula.
Que trajetória espantosa! O menino retirante de Pernambuco superou todas as expectativas e continua a nos embasbacar. Lula é um gênio da comunicação e da política. Um Pelé da esfera pública. A minha admiração por Lula acaba de dar mais um salto. Ele será colunista do jornal mais prestigioso do mundo: o americano The New York Times. Nem o sofisticado doutor Fernando Henrique Cardoso, que eu saiba, conseguiu tal façanha. Lula terá como colegas gente do quilate de Paul Krugman, prêmio Nobel da economia. É conto de fadas dos bons. O menino pobre, não pela bola, mas pela inteligência política, galga todos os degraus, torna-se presidente do Brasil, fascina boa parte do mundo e torna-se colunista do jornal mais influente da galáxia. Uau!
É para matar de raiva os preconceituosos que o chamam de analfabeto e para fazer explodir de inveja os elitistas. Tenho minhas decepções com Lula e com muitos daqueles que admiro, mas isso não anula o essencial: as razões para continuar admirando. Jamais gostei das alianças de Lula e acho que em alguns momentos ele foi Lulla. Mas que fera política, que inteligência superior, capaz de, independentemente de educação formal, colocá-lo acima dos seus concorrentes num “mercado” altamente competitivo.
Saber escrever é muito mais do que dominar regras de gramática. Saber escrever é ter o que dizer e ter um jeito próprio de fazer isso. Lula é possivelmente o maior comunicador da história do Brasil. Um monstro. Este Brasil teve na sua história três grandes políticos: Getúlio Vargas, João Goulart e Lula. O primeiro, por mudar o Brasil, saiu morto do palácio. O segundo, por colocar o país em risco de uma melhora substancial, especialmente no campo, foi derrubado, enxovalhado e transformado em homem fraco. O terceiro veio do nada e nada temeu: impôs-se como um revolucionário reformista, aceitou jogar o jogo até quando as cartas se embaralham, não morreu, não caiu, fez sua sucessora e agora vai mostrar suas ideias ao mundo nas páginas do The New York Times. É mole? É simulação? É coisa para quem tem bala na agulha, farinha no saco e fala outra linguagem, não a dos bacharéis, mas a dos transformadores do mundo.
Estou tendo um acesso de lulismo? É uma confissão de petismo? Nada disso. Apenas uma maneira de mostrar o quanto admiro os que vencem pelo talento. Poderia dizer o mesmo do conservador Charles de Gaulle. Ou até da recém-falecida Margaret Thatcher. O talento de uns melhora o mundo, o de outros piora.
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