Ficha Corrida

10/03/2013

Aparece o primeiro soldado

Filed under: Democracia,Lei de Médios,Liberdade de Expressão — Gilmar Crestani @ 7:15 am
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Vendo a água bater no queixo, o grupos mafiomidiáticos começam a escalar soldados para atacar a discussão sobre o acesso à informação. Interessante o argumento para refutar a necessidade de democratização: “revolução tecnológica”. Como se antes da revolução tecnológica eles tivessem se preocupado com a concentração e com a falta de opções. Além disso, a revolução tecnológica, por si só, não é uma vantagem ou desvantagem. A informação e a sua qualidade  não dependem apenas de modem ou de um site. Ou, vendo por outra perspectiva, pela palavras do poeta Mário Quintana: "Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um." Com o controle das informações concentrado nas mãos das famiglias Frias, Civita, Mesquita, Marinho & Sirotsky, o ponto de partida já está viciado. Temos de zerar o começo para ver onde cada um pode chegar…

HÉLIO SCHWARTSMAN

Democratização da mídia

SÃO PAULO – Tornou-se regra entre os grupos de centro-esquerda no poder na América Latina defender a democratização dos meios de comunicação. Os graus de empenho variam. Nos lugares onde o populismo é mais explícito e a economia não vai bem, a disputa entre o governo e a mídia tradicional pode assumir contornos dramáticos, como é o caso da Argentina. Já no Brasil, a discussão surge em espasmos e tende a ser empunhada por lideranças mais afastadas do centro do poder.

Também sou ferrenho defensor da democratização, definida como a ampliação das fontes de informação a que os cidadãos podem recorrer. Receio, porém, que essa seja uma bandeira do passado. Na verdade, é preciso ter perdido o trem da história para não se dar conta de que estamos no meio de uma revolução tecnológica, cujo efeito mais visível foi elevar exponencialmente a quantidade de informações à disposição da sociedade e diversificar suas origens.

Com efeito, a IBM estima que o mundo esteja produzindo, hoje, 2,5 quintilhões (2,5 x 10^18) de bytes de dados a cada dia, que é o equivalente a 450 bibliotecas do Congresso dos EUA (a maior do mundo) a cada 24 horas. Isso miniaturiza até a revolução de Gutenberg, que levou 50 anos para aumentar o total de livros em circulação na Europa de milhares para 20 milhões, e está na origem da Reforma e da Revolução Industrial.

Esse é um processo sem volta e, atualmente, especialistas estão mais preocupados com o excesso de informações do que com sua carência.

Não estou dizendo que grandes conglomerados de mídia tenham perdido a capacidade de influenciar populações, mas seu poder tende a ser declinante e é pouco provável que governos possam promover uma democratização mais efetiva do que a já imposta pela internet.

A estratégia dos dirigentes passa a fazer mais sentido se interpretarmos "democratizar" como um eufemismo para "controlar".

helio@uol.com.br

1 Comentário »

  1. Reblogged this on " F I N I T U D E ".

    Comentário por acoplador — 10/03/2013 @ 11:10 am | Responder


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