publicado em 16 de julho de 2012 às 20:46
por Jônatas Campos, de Caracas, para o Opera Mundi e a Radioagência NP
Autor de biografias como “A Ilha”, “Olga” e “Chatô, o Rei do Brasil”, o escritor Fernando Morais participou do 18º Foro de São Paulo, um dos maiores encontros de partidos de esquerda da América Latina. Em entrevista ao Opera Mundi e à Radioagência NP, o escritor falou sobre seu novo projeto, o documentário “A crise dos olhos azuis”.
O filme, que está em fase de captação das imagens, será sobre a crise da economia mundial em 2008 e terá entrevistas com ex-presidentes, empresários, economistas e líderes mundiais. O título do filme, que ainda não tem data para ser lançado, veio de uma frase proferida pelo ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva.
“É ‘roubado’ de uma declaração do Lula no G20, quando a crise estava estourando. Ele disse: ‘Essa crise não é latino-americana, não é asiática, nem africana. Essa crise tem cabelo loiro e olho azul.’”
Aproveitando uma das maiores reuniões de partidos de esquerda do mundo, o escritor conversou com personalidades como o ex-candidato radical à presidência da França Jean Luc Mélenchon, o jornalista espanhol Ignacio Ramonet e a deputada do partido comunista grego Liana Kanelli.
Fernando Morais confirmou que o presidente venezuelano Hugo Chávez Frias será um dos seus entrevistados. O escritor considera-se chavista e explica que na Venezuela há mais liberdade de imprensa do que em muitos lugares do mundo.
“O que os jornais daqui [da Venezuela] falam diariamente do Chávez, no Brasil ninguém fala. É de uma agressividade. E, no Brasil, dizem que não têm liberdade de expressão.”
Para Morais, a partir do governo do presidente Hugo Chávez os recursos do petróleo venezuelano estão sendo usados para o benefício da população.
“A PDVSA era uma espécie de país amigo da Venezuela. Não era propriedade de Estado. Você não podia pegar recurso da PDVSA para fazer escola, estrada, hospital. Não podia porque o estatuto não permitia, mesmo sendo uma empresa estatal, uma empresa pública. E o Chávez acabou com isso.”
Lembrando que hoje a Venezuela tem a maior reserva de petróleo do mundo, o escritor destaca que as obras de infraestrutura, os investimentos nas comunidades e na agricultura dão ao atual mandatário e candidato a reeleição a vantagem nas eleições deste ano.
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