Rossi, como todo colonista à serviço do serrismo, na Folha de São Paulo, só se dá por satisfeito se puder sentar a pua na Dilma ou em algum subalterno. Ele consegue citar Larry Rother, Gustavo Patu e Vinicius Torres Freire. Está faltando na lista do Rossi o jornalista mais em evidência no Brasil de hoje, que é Amaury Riberio Jr, taxidermista do tucanato. Se o Brasil não tivesse sido estraçalhado pelas sete pragas do PSDB não estaria hoje melhor colocado no ranking de desenvolvimento humano?
O Brasil cresce, amadurece e só os vira-latas continuam obtusos, sem conseguir reconhecer que se o Brasil está chegando lá, aos trancos e barrancos, se deve à determinação de dois governantes: Lula e Dilma.
O Brasil cresce. E amadurece?
Por: Clovis Rossi | 27 de diciembre de 2011
Há cerca de três anos, Larry Rohter, então correspondente do New York Times no Brasil, escreveu um livro com o título "Deu no New York Times". Era uma coleção dos principais assuntos de que havia tratado em seu período como correspondente, mas o título era também uma brincadeira com a mania dos brasileiros de se impressionar muito mais com o que se publica no exterior a respeito do país – especialmente se escrito em inglês – do que com o que sai em português na mídia local.
Ex-colônias provavelmente têm, todas, essa característica de um certa genuflexão diante da metrópole, mesmo de metrópoles, caso dos Estados Unidos, que não foram a colonizadora original, embora, nos tempos contemporâneos, imponham um evidente colonialismo cultural.
Por isso mesmo, quando um jornal em inglês, no caso o Guardian, recolheu avaliação de um centro britânico de estudos segundo o qual o Brasil ultrapassara o Reino Unido e se tornara a sexta economia do planeta, me preparei mentalmente para ver um festival de ufanismo, para ver o país enrolar-se na bandeira e festejar o progresso.Felizmente, me enganei. Foi notícia, claro, como não poderia deixar de ser. Até El País, que não tem sede nem no país ultrapassado nem no país promovido, deu a informação, discretamente mas deu.
A principal fonte de informação dos brasileiros – o Jornal Nacional, o telejornal das 20h30 da Rede Globo – também reproduziu a notícia, mas cuidou de deixar bem claro que um país com uma população enorme como o Brasil (quase 200 milhões) não é mais rico que um país com população bem menor, como o Reino Unido, só porque a soma dos bens e serviços por ele produzido é maior.
Dividido pela população, o PIB inglês é mais ou menos o triplo do brasileiro, cuidou também de ressaltar Gustavo Patu, na Folha de S. Paulo, ele que é um dos mais lúcidos analistas das contas brasileiras. Mas Patu não desprezou o sexto lugar. Escreveu: "Não é irrelevante, portanto, a projeção de que o PIB brasileiro deverá superar neste ano o do Reino Unido e proporcionar ao país o status de sexta maior economia mundial".
E explicou: "Embora facilitada pela crise europeia, a ascensão do país não é fortuita. Assim como os outros gigantes emergentes, caso de China, Índia e Rússia, o Brasil escalou a hierarquia da geopolítica internacional quando voltou a exibir um processo mais consistente de crescimento".
Da mesma forma, Vinicius Torres Freire, um dos mais competentes colunistas econômicos do jornalismo brasileiro, lembrou que o PIB per capita do Brasil "ainda anda lá pelo 70.o lugar. Sabemos que somos mais pobrinhos que os britânicos".
Sabemos também que, em matéria de desenvolvimento humano, o Brasil ocupa um vergonhoso 84.o lugar, posto ainda mais vergonhoso quando se torna a sexta economia do planeta.
O único ufanismo partiu do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para quem, em 20 anos, o Brasil atingirá o padrão europeu de hoje. "Otimismo exagerado", rebateu Patu, para acrescentar: "No ritmo atual, só depois de 2040 a renda per capita brasileira atingirá o padrão britânico de hoje -para não falar da qualidade da educação, da saúde, das instituições".
Tudo somado, tem-se que o Brasil não apenas está crescendo de forma mais consistente como está amadurecendo o suficiente para não entrar nem em depressão nem em euforia quando alguma coisa sobre ele, negativa ou positiva, aparece em inglês – ou qualquer outro idioma.
Se essas duas características realmente se mantiverem, esse menino chamado Brasil ainda irá longe.
O Brasil cresce. E amadurece? >> Algo mais que samba >> Blogs Internacional EL PAÍS
Deixe um comentário