“Que país é este que junta milhões numa marcha gay, outros milhões numa marcha evangélica, muitas centenas numa marcha a favor da maconha, mas que não se mobiliza contra a corrupção?”
(07/07/2011 – Juan Arias, correspondente no Brasil do jornal espanhol El País)
Triste ler isto escrito por um estrangeiro, que com toda propriedade e elegância pôs o dedo em uma ferida que nós brasileiros nos negamos a ver. Uma pena, pois um dia nosso país terá seu belo nome escrito em minúsculas devido a estes pulhas corruptos.
AGORA DIGO EU:
Recebi um email com o conteúdo acima. Pois bem. Até admito um pulha espanhol, mesmo que nem todos os espanhóis sejam como ele. Eles tem tradição desde a Inquisição, aperfeiçoada com Franco, pariram Opus Dei e não se reconciliam com a Euskal Herria.
A contribuição espanhola, portanto, é bem conhecida. O problema não são os pulhas espanhóis. São os “çábios” brasileiros, que engolem sem masticar estas porcarias industrializadas por um rastaquera lambe-botas.
Por que Arias não se preocupa com os distúrbios londrinos? Ou porque o pulha não se ocupa das marchas dos estudantes no Chile? Poderia, por exemplo, traçar um comparativo entre o sistema educacional chileno e o brasileiro, de Lula e Dilma, e aí talvez entendesse a diferença entre massa de manobra e indignado de ocasião.
Triste não é ver um estrangeiro escrevendo isto, porque é da natureza deles. Lamentável é o complexo de vira-lata de alguns brasileiros.
O que este mentecapto espanhol tem a dizer a respeito dos problemas espanhóis. Por acaso ele lembra do legado que Franco deu ao mundo? Ou da ETA? Ele saberia dizer que movimentos os espanhóis fizeram para mandar o corrupto Aznar embora?
O que este mentecapto quer? Que saiamos às ruas para exigir inteligência dos correspondentes estrangeiros? E por que não saímos? Por que estamos acostumados com estes colonistas que por aqui desembarcam como se estivessem em busca de um eldorado ou fugindo da justiça de seu país. E Juan Arias não é conhecido exatamente por seus predicados de justiça, afinal foi desterrado como prêmio de consolação. Bom para ele. O problema, volto a dizer, não é o energúmeno ser um energúmeno. O problema são os metidos a besta nacionais que compram por cientistas estes imbecis enxotados e enlatados.
Este imbecil sabe o que está acontecendo na Espanha? Pois vou informá-lo. O jornal que paga o salário dele continua informando que milhares de pessoas, 15-M, tomam as ruas daquele país pedido democracia real já. O movimento “15 de maio” também está cansando de pessoas como Juan Árias.
Não somos mais obrigados a ouvirmos estas besteiras e ficarmos calados. Foram-se os tempos em que um imbecil escria uma asneira num jornal “muito vendido” e tínhamos de ler e ficarmpos quietos.
Quem não sabe o que diz também não sabe quando ficar queito.
Então, Árias, por que não te calas?!
Juan Arias para responder o seu questionamento, necessário se faz estudar a evolução do Brasil Colônia, passando pelo Brasil império e o monárquico reipublicano. (REIpublicano assim mesmo) Em 2014, publiquei o livro REIpública FEUderativa do Brasil,( Livraria SARAIVA) ,onde trato do assunto. Vou simplificar. Os portugueses, proibiam os brasileiros de trabalhos industrializados, apenas, na escravidão servindo-os na exploração dos minérios, No Brasil império não mudou muito, tanto que o Imperador Pedro I, fez uma boa apologia a isto, quando compôs o Hino Nacional, usando a seguinte expressão: “Deitado eternamente em berço esplêndido”, o que eu acrescento esperando a morte chegar. A República logo foi transformada em monarquia reipublicana, quando o Marechal Deodoro da Fonseca, copiou o art. 102,da Constituição do imperador,(O Imperador é o Chefe do Poder Executivo…) para no art. 41 afirmar: Exerce o Poder Executivo o Presidente da República…), institucionalizou-se a REIpública FEUderativa do Brasil, e a partir deste momento os bobos da corte passaram a viver a mesma maneira onde impera a tirania monárquica. São convidados a trabalharem para manter a corte e esperar as migalhas disponibilizadas, de preferência sem reclamações.Por isso não temos os indignados na rua como seria o normal.
Comentário por Raimundo Edson Celedônio Celedônio — 07/09/2015 @ 10:03 am |
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Pingback por Piada de Loira « Ficha Corrida — 18/11/2011 @ 9:39 am |
Sr. Crestani,
Cada um escreve sobre aquilo que lhe chama mais a atenção; não é porque temos os nossos problemas internos que não podemos discutir o que houve no Chile nos últimos meses, ou a crise econômica que assola a Europa e o mundo em geral, ou o que houve na Inglaterra. Oras, se a regra fosse esta – a de cada um olhar para o seu umbigo problemático e nada mais -, um brasilianista estadunidense não poderia jamais abrir a boca para falar de um assunto que, de repente, para ele é mais gritante aos olhos do que para os brasileiros.
Aliás, é notório que a visão externa de um problema permite que o mesmo seja visto de forma clara, objetiva, sem as nuances comuns ao patriotismo positivista e ufanista.
Abrir os ouvidos e ser capaz de autocrítica não é demérito ou “complexo de vira-lata”, como o senhor assim julga. Há países que não conhecem a corrupção da forma como conhecemos a fundo, que possuem uma economia forte, que fazem o bom uso de suas capacidades intelectuais não apenas para crescimento próprio, mas em benefício de todos e que, mesmo com todas estas qualidades, ainda se criticam e julgam que poderiam fazer mais e melhor do que já fazem.
Veja, não estamos falando de um absurdo como foi o episódio de “Os Simpsons” em que o Brasil era descrito como uma selva cheia de macacos, estamos falando de situações reais e absurdas em qualquer país sério.
Não quer ler ou ouvir o que os “estrangeiros” têm a dizer sobre o Brasil, como foi o caso do prognóstico acusado por Stefan Zweig, há 70 anos, onde o Brasil era considerado o “País do futuro”, síndrome que nos domina até hoje? Que tal a “pátria de chuteiras”, de Luiz Carlos Prates, ou a comparação entre a reconstrução do Japão e das cidades do Rio que foram destruídas pelas chuvas? Ou ainda, Plínio Fraga e seu artigo “Ninguém é inocente”; Ruy Barbosa, que no início do século passado disse (provavelmente morto de desgosto): “De tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus, o homem chega a rir-se da honra, desanimar-se da justiça e ter vergonha de ser honesto”?
Mentecapto, Sr. Crestani, nos tempos atuais, é qualquer um que permita que uma mera separação geográfica se torne maior do que o grito de alerta que a pessoa se propõe a dar. Espero, honestamente, que os brasileiros despertem do sono profundo em que se encontram, prostrados em berço esplêndido e, realmente, se mobilizem tanto para falar sobre os assuntos sobre os quais discorremos aqui – ainda que discordando -, quanto se prezam a falar sobre futebol e espero que tenham a mesma gana para ir às ruas que têm para ir a um carnaval, uma micareta, uma parada gay, uma passeata a favor da maconha ou, simplesmente, para prolongar um feriado.
O “por que non te callas” do Rei Juan foi acertado, contra uma verborragia burra de um presidente que não aceita críticas e que preza pelo monólogo, Hugo Chavez. Aqui não cabe algo do gênero ou estaríamos clamando pela falta de diálogo e de oposição, o que nunca trouxe benefícios a ninguém a não ser usurpadores e pessoas que não toleram ser contrariadas.
Tomara que nossas atitudes e vergonha sejam do tamanho de nossa indignação com estes artigos estrangeiros, pois se forem, estamos a meio caminho de solucionar um problema que cunho cultural que só traz atraso e prejuízo para o Brasil e seu povo.
Comentário por Lori — 17/11/2011 @ 5:52 am |
Quem e que vc se acha pra falar do 15M sem sequer saber o que ele é? Vc só fala burrice, meu amigo. Eu sou espanhol e eu tenho um profundo respeito por J.Arias, penso o mesmo que ele. Nós, pode ate mesmo ser que não possamos conseguir nada com as manifestações, mas pelo menos o tentamos. Não fale da história de Espanha, do Franco, pois eso seria mesmo como se eu dissesse que ninguém reagiu lá no Brasil ao Medici. Não fale que ninguém reagiu ao Aznar, pois uma das mais grandes manifestações na história, após o 11M, foi produto do cansaço da sociedade espanhola, e foi o que selou definitivamente o fin da era Aznar. Mesmo assim, pelo menos agora já se viram as manifestações que a sociedade brasileira fez. Mas ainda há de se-precisar mais. Muito mais. Se vc volta a falar burrice, faça o favor, e se informe. Há muito lixo cá na internet pra vc jogar um pouco mais. Entao, seja vc quem for, deveria mudar o final e dizer mais uma vez: Brasil, love it, or leave it, que e o que realmente cogita (se cogita msm alguma coisa, é claro)
Comentário por Sáporra — 20/10/2011 @ 9:00 am |
Não sei nada da Espanha. Mas acho que sabes menos ainda. Aznar pode não estar voltando, mas aquilo que ele representa, sim. Ou Aznar não é do PP… O 15-M não é o mesmo que o 20-0… Para curar tua bilis, só a Duquesa de Alba…
Comentário por Gilmar Crestani — 20/10/2011 @ 12:50 pm |
[…] and bloggers. A disturbing number of people condemned the audacity of a foreign reporter (“Arias, why don’t you shut up?”) for criticizing Brazil, especially in the light of Spain’s current troubles. Others used […]
Pingback por Why Don’t Brazilians React? | observing brazil — 22/08/2011 @ 1:18 pm |
se a Dilma continuar com a limpeza, o povo vai sair em defesa de seu governo contra os corruptos do PMDB e em nome da governabilidade, ou ela vai ficar sozinha?
Comentário por ssn — 12/08/2011 @ 12:49 am |