Afinal, só um viciado não vê a droga que foi o governo dele. O Brasil quebrou duas vezes. Isso que vendeu o que pode, como se fosse um leiloeiro e não um governante. Quem disse para esquecer tudo o que havia escrito é porque admite que só escrevia drogas. O prof. Cardoso sobrevive dos favores que prestou à mídia. O Globo poderia começar explicando melhor a relação do prof. Cardoso com a jornalista da Rede Globo, Miriam Dutra, com quem teve um filho. Aliás, por que mesmo que ela foi exilada para a Espanha? Quem a sustentou lá? Que droga de pai ele foi, não!
Aos 80 anos, FH levanta a bandeira da descriminalização das drogas
Publicada em 18/06/2011 às 00h38m
Marcio Allemand
RIO – Para alguns pode até soar estranho um senhor de 80 anos se engajar num debate a respeito da descriminalização das drogas. Para outros, é um ato de coragem. Ainda mais se este senhor for o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que passou os últimos anos por diversos países participando de conferências e discutindo o consumo de drogas com os mais variados segmentos da sociedade internacional. A bandeira que ele resolveu levantar com a Comissão Global sobre Drogas resultou no filme ‘Quebrando o Tabu’, lançado recentemente e cujo principal mérito é o de criar um novo debate a respeito de um assunto tão polêmico.
Ao lado de ex-presidentes como César Gaviria, da Colômbia, e Ernesto Zedillo, do México, Fernando Henrique é um dos coordenadores da comissão, cujo objetivo é lutar pela regulamentação do uso da maconha – a droga mais usada no mundo – como a melhor maneira de combater o tráfico e suas consequências.
" Ele é sério, lúcido, corajoso. Um exemplo para muitos homens públicos "
Com este trabalho, que é anterior ao filme, Fernando Henrique tem percorrido vários países. Seu discurso atraiu a atenção de uma geração que sequer teria como avaliar a atuação política daquele que por muitos é considerado um dos responsáveis pela estabilidade econômica brasileira. Oportunismo, dizem alguns. Coragem dizem outros. O certo é que, com este trabalho, FH parece ter deixado de lado o medo de perder eleitores, receio de uma parcela conservadora do seu partido, o PSDB.
O secretário de Ambiente do estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, afirma que nunca teve medo de perder eleitores e há anos está envolvido com o tema das drogas. É figurinha carimbada nas marchas da maconha Brasil afora e é de sua autoria a única lei estadual que garante ao funcionário público o direito de não ser exonerado por uso de drogas.
Minc, que é do PT, é um dos que engrossam o coro ao considerar FH um político corajoso e não acredita que o ex-presidente seja oportunista ao se envolver com a causa das drogas.
– Vejo com muito bons olhos a atitude de FH e não acho que seja ‘oba-oba’ ou autopromoção. Ele é sério, lúcido, corajoso. Um exemplo para muitos homens públicos. Com este tema, que é considerado maldito, ele está contrariando muitos dirigentes do PSDB. Talvez esteja até se afastando deles. Porém, aos 80 anos, está mais próximo do que nunca da juventude brasileira – diz.
O coordenador do Movimento Viva Rio, Rubem Cesar Fernandes, assume que não viu "Quebrando tabus" – estava no Haiti na época do lançamento do filme – mas destaca a vitalidade de Fernando Henrique e a importância do tema que ele trouxe à tona.
– O ex-presidente deu sinais de juventude, de que ele continua alerta e cheio de energia. O que ele critica é uma história de tragédias na América Latina, repleta de desacertos na política antidrogas – diz.
Segundo ele, Fernando Henrique percebeu a importância do assunto, trouxe seriedade para o debate e conseguiu, no plano mundial, trazer figuras de primeira linha para a discussão.
– Um belo tema para um vovô de 80 anos – conclui.
A idade do ex-presidente também foi lembrada pelo cientista político João Trajano Sento-sé, que se diz impressionado com a disposição de um homem de 80 anos em se posicionar de maneira tão positiva sobre um assunto tão delicado.
– Se antes FH era apenas uma liderança política que representava apenas uma parcela da sociedade, hoje ele aponta para novas questões. Soube se reinventar com muita coragem – afirma Trajano.
O cientista político destaca ainda a apuração intelectual do ex-presidente:
– Ele se expõe, empresta seu nome a uma pauta cercada de tabus e assume uma posição única diante de um contexto tão delicado. Se existe alguma estratégia da parte de Fernando Henrique em se aproximar da juventude, como dizem alguns, a estratégia é a de chamar para si um tema que deve ser discutido de maneira participativa – resume.
Na opinião de Trajano, a dificuldade que a sociedade tem para quebrar tabus também não ficou em segundo plano. Ele diz que, se por um lado as drogas causam enormes prejuízos, os aspectos repressivos e punitivos que envolvem a questão não podem ser esquecidos.
– Em todo o mundo o mercado das drogas consideradas ilícitas é um megamercado onde circula muito dinheiro e, por consequência, envolve corrupção e alimenta dinâmicas criminais. Uma política de descriminalização das drogas poderia propiciar um mecanismo mais eficiente de controle. Uma lei proibitiva alimenta um mercado criminoso – afirma Trajano.
" É preciso que haja toda uma legislação a respeito do tema. Só descriminalizar não vai resolver o problema. A questão das drogas deve ser tratada como uma questão de saúde pública "
Especialista faz alerta sobre possível regulamentação
Mas há quem questione se Fernando Henrique tem mesmo preparo para manifestar determinadas posições. É o caso do especialista em dependência química e diretor da Associação Brasileira de Álcool e Drogas, Jorge Jaber, que sempre se posicionou contra a legalização das drogas. Para ele, o tema proposto pelo ex-presidente é muito sério.
– É preciso que haja toda uma legislação a respeito do tema. Só descriminalizar não vai resolver o problema. A questão das drogas deve ser tratada como uma questão de saúde pública – diz o especialista.
Jaber afirma que é preciso haver um projeto sério, já que nosso sistema de saúde não está preparado para receber dependentes químicos.
– Deve-se antes de tudo ter acesso à saúde e combater os malefícios do uso de drogas, sem esquecer dos menores de idade. Por isso é preciso um projeto para prevenir a saúde da população.
Quanto ao debate público, Jaber concorda que a iniciativa de Fernando Henrique é importante, apesar de se posicionar contra a liberação:
– É preciso informar nosso povo a respeito da política antidrogas. Bom seria se um partido político abraçasse a causa. Mas eles têm medo de perder eleitores.
Já Fernando Henrique, aos 80 anos, parece ter perdido este medo.
Aos 80 anos, FH levanta a bandeira da descriminalização das drogas – O Globo
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